Prefeito preso: fim de jogo para Eduardo Siqueira ou mais uma reviravolta?
- Popular do Norte

- 27 de jun.
- 2 min de leitura
A prisão abala o mandato, mas não define o fim. São diversos os caminhos possíveis a partir de agora.

O prefeito de Palmas foi preso por determinação do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, acusado de envolvimento em um esquema de vazamento de informações sigilosas do STJ. A operação, que também levou à prisão um policial civil e um advogado, é parte da décima fase da chamada Operação Sisamnes, e parece ter colocado a gestão de Eduardo em xeque.
Mas, ainda que a prisão tenha repercussão política imediata, ela não representa automaticamente a perda do cargo. Eduardo com mandato de prisão emitido de forma preventiva, ou seja, ainda sem condenação, segue amparado pelo princípio constitucional da presunção de inocência. Enquanto isso, o vice-prefeito, Pastor Carlos Veloso, assume interinamente a administração municipal, um movimento previsto na legislação, mas que não sela o destino do prefeito titular.
Afinal, o que acontece agora depende de uma série de fatores: decisões judiciais posteriores, eventuais ações da Câmara de Vereadores e o próprio ritmo das investigações. Em outros momentos da política brasileira, gestores públicos enfrentaram prisões semelhantes e conseguiram voltar ao cargo. Um exemplo notório é o do ex-prefeito de Ouro Preto do Oeste (RO), Alex Testoni. Em 2015, ele foi preso preventivamente sob acusações de fraude em licitações. Mesmo afastado por cerca de oito meses, retornou ao comando da prefeitura e concluiu seu mandato normalmente.
O caso de Eduardo guarda semelhanças. Não há, até o momento, decisão judicial que determine a cassação de seus direitos políticos ou o afastamento definitivo do cargo. Se a defesa conseguir reverter a prisão, o que pode ocorrer por meio de habeas corpus, por exemplo, ele pode retomar a chefia do Executivo.
Nos bastidores, a possibilidade de retorno não está descartada. A base aliada no Legislativo ainda avalia os próximos passos e, ao menos por ora, a Câmara não sinalizou a abertura de processo político-administrativo. Com isso, o futuro do prefeito segue indefinido.
A prisão de Eduardo Siqueira, sem dúvida, abre uma crise política em Palmas. Mas não encerra, por si só, sua trajetória no Executivo municipal. O que se tem neste momento é uma interrogação: a detenção representa o fim de um ciclo ou mais um capítulo turbulento em uma carreira marcada por disputas, reviravoltas e retorno ao poder?
A resposta está em aberto. E os próximos dias serão decisivos.




Comentários