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Brcidades - TO / Comunidade do Água Fria há mais de duas semanas sem acesso à água.

  • Foto do escritor: Brcidades Tocantins
    Brcidades Tocantins
  • 25 de set.
  • 3 min de leitura

Famílias denunciam violações de direitos fundamentais, invasões e destruição de materiais por agentes encapuzados da BRK.


(Foto de Ronaldo Mitt)
(Foto de Ronaldo Mitt)

Moradores do Morro do Água Fria, na região norte de Palmas, denunciam uma situação inadmissível, centenas de pessoas, muitas delas crianças, idosos e pessoas com deficiência, estão há mais de duas semanas sem acesso à água. A concessionária BRK, responsável pelo abastecimento em Palmas, vem cortando os canos que levam água até a comunidade, sem qualquer aviso prévio ou explicação, a medida tem deixado essas famílias em condições insustentáveis de sobrevivência. O silêncio da empresa e a ausência de providências por parte do poder público revelam uma postura de desrespeito e negligência com direitos básicos. Moradores relatam as dificuldades enfrentadas, como a falta de água potável para cozinhar, se higienizar e garantir cuidados mínimos às crianças. “É um direito nosso, somos pais e mães de família”, afirmou uma moradora. Outra denunciou que “as crianças não têm o básico para sobreviver em um estado tão precário”. A situação se soma a outros problemas crônicos da comunidade: falta de energia regularizada, ausência de coleta de lixo, atendimento precário na saúde e violência cotidiana ignorada pelas autoridades. Ainda assim, as famílias resistem, plantando arroz, mandioca e banana, construindo laços de solidariedade e reafirmando o desejo de permanecer no território.


Violência nos Cortes e Desamparo

Em documento enviado à Comissão de Direitos Humanos da OAB, a Associação de Moradores denunciou que funcionários da BRK têm atuado de forma truculenta, invadindo lotes, cortando mangueiras, destruindo materiais e até utilizando capuzes para não serem reconhecidos, sempre em operações realizadas por equipes em vários veículos. A comunidade, orientada a manter a calma para evitar criminalização, encontra-se em total desamparo, privada do básico para viver


Água é Direito Humano, não Mercadoria

O Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (ONDAS) ressalta que, desde 2010, a ONU reconhece a água e o saneamento como direitos humanos fundamentais, tão essenciais quanto o próprio direito à vida. Isso significa que não se pode negar água a famílias que vivem em áreas informais ou realizar cortes que privem do mínimo vital quem não consegue pagar a conta. Tratar a água como mercadoria e não como direito é uma afronta à saúde pública e à dignidade, pois quando a água é negada a uns, todos somos atingidos. Ainda que o Morro do Água Fria não seja uma área regularizada, a água é um direito reconhecido internacionalmente e garantido pela Constituição Federal como parte do mínimo existencial. O direito à vida (art. 5º, caput), a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III), o direito social à saúde (art. 6º e art. 196) e o direito ao meio ambiente equilibrado (art. 225) estão previstos na Constituição, mas sem acesso à água potável esses direitos se tornam impossíveis de serem assegurados. A Lei nº 11.445/2007 (Política Nacional de Saneamento Básico, atualizada pela Lei nº 14.026/2020) determina que os serviços de saneamento devem seguir o princípio da universalização do acesso e ser prestados de forma adequada, contínua e segura. A Lei nº 9.433/1997 (Política Nacional de Recursos Hídricos) também reconhece que a água é bem de domínio público e essencial à vida.


Denúncia e Cobrança de Providências

Negar água é negar vida, saúde e dignidade. Os moradores da comunidade denunciam publicamente essa violação e cobram providências imediatas da concessionária BRK e das autoridades competentes. É inadmissível que a população continue invisibilizada e submetida a violações tão graves.


Água não é mercadoria, é direito.


Assinam esta denúncia: BrCidades Tocantins e Associação de Moradores da Chácara 13 (Morro do Água Fria).

 
 
 

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