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Famílias do Quilombo Grotão lutam contra o fogo há 5 dias e pedem socorro para o poder público

  • Foto do escritor: Popular do Norte
    Popular do Norte
  • há 4 dias
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 3 dias

Comunidade Quilombola Grotão enfrenta incêndio há cinco dias e busca apoio do poder público para conter as chamas

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A Comunidade Quilombola Grotão, localizada na zona rural de Filadélfia-TO, vive momentos dramáticos desde o dia 1º de setembro, quando um incêndio de grandes proporções teve início, o fogo teria começado na rede de energia elétrica que que atravessa a região. Até hoje, as chamas continuam ativas, ameaçando moradias, roçados e áreas de vegetação nativa, sem nenhuma assistência dos órgãos competentes, causando grande preocupação e prejuízos às famílias quilombolas, cuja renda, memória e cultura estão profundamente ligadas ao uso sustentável da vegetação do cerrado: palhas, folhas e frutos.

De acordo com registros de moradores, o fogo iniciou com a queda de um fio da rede elétrica, provocada pela queda de uma árvore sobre a linha. Desde então, pelo menos outras três árvores já caíram sobre a rede, e outras estão sob risco iminente de cair em razão do avanço das chamas.

Há anos a concessionária responsável não realiza as podas necessárias na vegetação próxima à rede, limitando-se a ações emergenciais quando galhos já caíram; animais já sofreram acidentes e o fornecimento de energia já sofreu interrupção. Essa negligência explica porque foi tão rápido o avanço do fogo: só não atingiu casas e plantações porque a própria comunidade se mobilizou para contê-lo em parte.

Apesar dos esforços, focos ainda permanecem ativos, colocando em risco o Cerrado e as famílias quilombolas. Nessa terra marcada pela luta pela preservação ambiental, o incêndio já destruiu áreas de vegetação nativa e segue ameaçando o território todo. Um dos locais mais afetados foi o “Brejo da Maria Viúva”, área de preservação considerada estratégica por ser fonte importante da água que abastece o território quilombola. O espaço foi arrasado pelas chamas, comprometendo a biodiversidade e a segurança hídrica da comunidade.

Os moradores relatam ainda a ausência de apoio dos órgãos públicos. Contatos já foram feitos com a Naturatins, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, mas até o momento nenhuma ação concreta foi realizada para controlar a situação. Diante da gravidade, a comunidade também registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, buscando garantir a apuração das responsabilidades e providências cabíveis.

A situação vem sendo acompanhada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) – Regional Araguaia-Tocantins, que historicamente acompanha essas famílias e tem articulado medidas junto às autoridades competentes para que a tragédia seja contida e providências sejam tomadas.

“Hoje estamos sozinhos enfrentando o fogo. Estamos fazendo a nossa parte, mas precisamos de apoio imediato antes que a tragédia seja ainda maior”, declarou uma liderança da comunidade. Ela ressaltou ainda que nem todas as famílias quilombolas têm acesso à energia elétrica, uma política pública há muito reivindicada, mas que segue marcada pela morosidade e descaso dos órgãos competentes. Inclusive, o Programa Luz para Todos até o momento não atendeu as famílias quilombolas, que deveriam ter prioridade – “o que chegou na nossa porta foi o medo e a destruição causada pelo fogo”, afirmou ela.

A população do Grotão cobra providências urgentes tanto da concessionária de energia quanto dos órgãos de fiscalização e bombeiros, exigindo medidas de contenção imediata do incêndio e ações preventivas que impeçam novos episódios de risco e destruição.

 
 
 

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